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RESPECT THE CHEMISTRY

Jesse e Walter SEUS LINDOS.

Já fazia tempo que eu estava procurando um seriado pra chamar de meu. Algo arrebatador, viciante, sabe como é. Só que nada me parecia atraente. TBBT? Não, obrigada. Glee? Até tenho curiosidade, mas sei lá. Two and a half man? Me recuso.

Daí que surgiu Breaking Bad. Rapaz. Olha. Vou te contar. Um espetáculo. Sou só elogios: atores e roteiros ótimos, fotografia linda de morrer, história bacana. A série foi criada por Vince Gilligan, um aquariano pacato do interior dos Estados Unidos que fica fofo dando entrevistas. Enfim. Salvou minha vida.

A espinha dorsal do seriado é bem simples: um professor de química decide se envolver na produção de drogas; nisso, ele meio que se “associa” a um jovem traficante da cidade. Blá blá blá. Até aí, tudo bem. A coisa vai tomando forma.

Num primeiro momento, você até pode pensar que os episódios vão andando, enfileiradinhos. Prezando a “evolução” da trama, ou seja, a transformação do professor de química num “grande” produtor de drogas. Mas não. Vince Gilligan não acredita em evolução. Eu também não. Eu não acredito em evolução. É sério. Ainda bem, Vince, que você não acredita em evolução e que por isso conseguiu fazer da história de Breaking Bad algo totalmente quebrado, sem sentido aparente e enrolado. Um emaranhado de situações que dão errado. Absolutamente pra todo mundo. Ganha-se aqui, perde-se ali. O seriado se baseia não numa linha reta, mas sim numa espiral doida. Que vai e volta, como toda boa espiral deve fazer.

Ah, existe um outro negócio no seriado que salta aos olhos. Breaking Bad tem uma narrativa meio sossegadona. Há cenas de “ação”, claro. Mas as pessoas aparecem de vez em quando MATANDO TEMPO. Olhando pra piscina, sentados, pensando, esperando num banco de praça. You fritter and waste the hours in a offhand way. Acredito, inclusive, que isso do “fazer nada” reflete um pouco o universo tocado pela história… Então. Enfim. That´s messed up. That´s Kafkaesque.

SEINFELD, TOP 5

Julia, Larry e Jerry literalmente morrendo de rir.

Então. É o negócio mais difícil da minha vida esse de fazer um top 5 melhores episódios de Seinfeld.

Mentira, não é, não. Eu sempre penso nisso e já mentalizei um perfeito “ranking seinfeldiano definitivo campeão” milhares de vezes na minha cabeça. O problema é que as colocações e as preferências mudam de vez em quando, sabe. De acordo com a fase que estou vivendo e tal (oi).

Seinfeld é um seriado assim. Moldador de caráter. Eu já passei por fases deprimidas vendo Seinfeld, já vi Seinfeld nos momentos mais alegres da vida, nos momentos workaholics, nas férias, nos feriados, nos dias de carnaval, na tarde de 01 de janeiro (o dia mais preguiçoso do ano, né). Já passei madrugadas vendo e revendo episódios. Aliás, já passei madrugadas inteiras fofocando sobre Seinfeld. Já desejei ardentemente ter sido roteirista de Seinfeld (haha) e queria ser amiga da Julia Louis-Dreyfus. Queria também ter um telefone preto igual ao do Jerry. Enfim. Seinfeld é um assunto que nunca morre. Melhor ainda, é um seriado que nunca morre. Here we go.

Quinto lugar: The soup nazi (7a. temporada)
“Whaaaat. Você começou seu top com o episódio mais clichê.” Tudo bem, pode até ser clichê. Todo mundo já ouviu a frase NO SOUP FOR YOU! milhares de vezes. Mas acontece que esse episódio é um show de roteiro. Escrito por Spike Feresten. Todos os personagens estão bravos, gritando (o que é muito comum em Seinfeld), todo mundo nervoso.Todo mundo precisa aprender a maneira correta de comprar SOPA. “Just follow the ordering procedure and you will be fine.”

Quarto lugar: The chinese restaurant (2a. temporada)
Escrito por Larry David e Jerry Seinfeld. Uma história muito, muito diferente. Tudo se passa na ” fila” de espera de um restaurante chinês. Jerry, George e Elaine ficam lá, esperando por uma mesa que nunca chega. Morrendo de fome e falando besteiras. É mais ou menos a mesma fórmula usada posteriormente em “The dinner party” (o meu segundo lugar), algo bem bom. É uma pena que Cosmo Kramer não apareça nesse aqui. “I just can’t believe at the way people are. What is it with humanity? What kind of a world do we live in?” Pois é, George.

Terceiro lugar: The strike (9a. temporada)
Escrito pelos moleques Alec Burg, Jeff Schaffer e Dan O’ Keefe. Um clássico sem tamanho. É aquele lá do Happy Festivus. Aqui, temos acesso a toda a loucura da família de George Constanza. Se não me engano, o único episódio ambientado no Natal. “Protect Festivus! Hey, no bagels, no bagels, no bagels.”

Segundo lugar: The dinner party (5a. temporada)
Um episódio perfeito. Esse é do Larry David. É engraçado porque a história é muito simples e, ao mesmo tempo, repleta de acontecimentos. Os quatro se separam a caminho de um jantar. Jerry e Elaine vão a uma padaria; George e Kramer, a uma loja de bebidas. E é isso. Eles nem chegam a entrar no tal do dinner party, simplesmente porque tudo (de errado) aconteceu no caminho. É nesse episódio também que Jerry vomita. E a gente bem sabe, hein. Que ele passou 14 anos sem vomitar. Um recorde que eu sempre penso em tentar alcançar. “I haven’t thrown up since June 29th, 1980.” Sim, eu te entendo, Jerry.

Primeiro lugar: The opera (4a. temporada)
Escrito pelo barbudão Larry Charles. Os episódios dele sempre apresentam algo muito, muito destoante, elementos super diferentes que jamais caberiam em uma comédia tradicional. Larry Charles mistura comédia com assassinatos, crimes, tragédias. Pessoas deprimidas e chorando podem surgir a qualquer momento numa história do Larry Charles e você vai achar normal. É nesse episódio que o stalker e psicologicamente desequilibrado personagem crazy Joe Davola reaparece em toda sua glória. Stalkeando Jerry e Elaine. É tão interessante e engraçado. Diferente, mesmo. A ideia do stalkeamento e da tragédia iminente se entrelaçam na comédia de forma perfeita e você fica lá, meio que rindo da pimenta nos olhos dos outros. Eu inclusive DECOREI alguns diálogos desse episódio. “I developed them myself in my dark room. Would you like to see?” “In the dark room? Uh no, no thank you. Not right now. I’m a day person!”. Super te entendo, Elaine.

*Nota: Esse site aqui é um espetáculo. E me ajudou muito na elaboração do post.

The fab four.

MAN V. FOOD

por Angélica Bito

 

O adorável Adam Richman

 

Quando chego em casa depois de um pesado dia de trabalho, algo que deixa minha mente bem relaxada é ver TV. Ou filmes. Mas, recentemente, instalaram TV por assinatura aqui em casa e estou me permitindo descobrir algumas coisas relacionadas a programas em geral, deixando o cinema só um pouquinho de lado. Mas eu sou uma mulher que é capaz de admitir que gosta de ficar sem pensar diante da TV, apreciando programas que me divertem sem pretensão alguma.

Uma das recentes descobertas neste sentido é o programa Man V. Food, no repaginado (e atualmente mais atraente) Fox Life. No primeiro episódio, já adorei. Assim, de cara. Trata-se de um programa que mistura turismo com culinária. O apresentador, Adam Richman, adora comer e o trabalho dele à frente do programa é viajar e conhecer os locais famosos em diferentes cidades nos EUA. Como os sanduíches mais famosos de Nova York ou os de Nova Orleans. Mais: ele encara desafios que têm a cara dos EUA, como devorar uma tigela do curry mais apimentado dos EUA ou comer 180 ostras em uma hora.

Existe não somente o comprometimento com a comida ou com a parte turística que o programa se propõe, mas, principalmente, essa paixão desenfreada de um cara pela comida. Ele é todo engraçado, carismático e come até lamber o prato (literalmente), o tipo de coisa que qualquer mãe adora ver seu filho fazendo. Não é forte e bonitão, nem seduz enquanto cozinha; é um cara que ama comer e consegue deixar isso bem claro. O programa tem muito humor, temperado pelo adorável carisma do apresentador. Ele faz piadas, se veste de pirata e ainda brinca de dar coletiva de imprensa sobre os desafios que vence nos finais dos programas.

O nome do programa sugere um embate, bem como os próprios desafios culinários encarado pelo intrépido apresentador, mas a ideia de Man V. Food gira mais em torno de um homem apaixonado pela comida e pelo ato de comer do que pelo embate em si. O embate ocorre quando a pessoa gosta de comer, mas com a comida por medo da balança, por exemplo. Em Man. V. Food, é exatamente o contrário: Richman prova comidas famosas e fala com pessoas apaixonadas por elas. Em tempos de programas sobre comidas saudáveis e afins, até que é bom experimentar uma gordura saturada apresentada com gosto e paixão. Às vezes pode, não pode?

UMA PAUSA PARA A TV

por Angélica Bito

Não sei se estou em crise, mas andei pensando em algo cinematográfico para escrever esta semana, mas não veio. Deve ser porque minha cabeça está muito na convocação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. Então, resolvi falar sobre outro tema que me agrada muito: séries de TV. E tem uma que, embora não seja exibida no Brasil (e ainda não sei por que), conquistou meu coração.

Parks and Recreation é a nova série criada por Greg Daniels, responsável pela versão norte-americana de The Office – cujo amor já foi declarado aqui neste espaço pela amiga Renata Consegliere (não é a primeira vez que alguém a cita, é assim que a gente percebe quando uma pessoa fala coisas pertinentes!). Temos aí elementos que se repetem em ambas as séries: o estilo ‘mocumentário’ (falso documentário), a vida dentro do ambiente de trabalho e o toque de Midas de Daniels. Como fã de The Office, era uma aposta certeira baixar Parks and Recreation – sim, eu BAIXO porque nenhum canal tem a DIGNIDADE de exibir a série aqui (incorporei a revolucionária agora).

Parks and Recreation é ambientado no departamento de parques e recreação da prefeitura da pequena cidade norte-americana de Pawnee. Leslie Knope (Amy Poehler, genial, como sempre) é a vice-prefeita do departamento e ganha a tarefa de transformar o enorme buraco de uma obra abandonada num parque, mas alguns vizinhos se opõem à ideia. Mas, resignada, ela não desiste da tarefa. Este é o ‘plot’ da primeira temporada, mas a segunda já  toma outros rumos, como se eles mesmos estivessem desencanado do buracão. 

Leslie é Michael Scott (protagonista de The Office vivido pelo gênio Steve Carell) de saias. Existe uma inocência em ambos os personagens que os torna completamente fascinantes e incrivelmente hilários. Na primeira temporada de The Office, essa inocência do Michael o levava a algumas situações de humilhação pública para seus funcionários; era mais incômodo do que cômico, o que foi evoluindo ao longo da série, tornando-a cada vez melhor. Leslie é sua versão mais evoluída, mais parecida com o Michael das temporadas mais recentes (note: adoro acompanhar a evolução psicológica dos personagens nas séries e filmes em geral). 

O humor de Parks and Recreation é construído por meio de sutilezas, assim como ocorre em The Office. A série explora a burocracia governamental que atrapalha pessoas inocentes e bem-intencionadas como Leslie, sem assumir uma postura crítica ou chata graças ao cinismo. Ah, o cinismo, sempre salvando a vida dos bem aventurados e de bom coração, fãs desse tipo de humor feito de pequenos detalhes. 

Parks and Recreation já caminha para a terceira temporada e, repito, NÃO É EXIBIDO NO BRASIL. Descobri que a Universal chegou a agendar o lançamento da primeira temporada da série no Brasil – provavelmente, em DVD; a Universal também lança The Office em home video por aqui – em 2009, mas acabou suspendendo, sem previsão de nova data. Me parece ser mais um exemplo de tesouro que acaba sendo escondido por executivos brasileiros que não têm noção nenhuma do que é bom nesta vida. Tipo o FX, que exibe The Office em horários completamente capengas – só agora eles resolveram voltar a exibir a série num horário fixo (a saber: domingos, às 21h). Uma pena. Mas a internet é uma benção principalmente por nos dar essa liberdade de conhecer o que nos impedem, o que era impossível de ser experimentado há 20 anos.

SAUDADES DE UM LUGAR PARA RECOMEÇAR…

por Lucas Santos

Há algumas semanas, nossa colaboradora Renata Consegliere escreveu um post sobre séries que acabaram cedo demais. Em 2006, uma das minhas séries preferidas chegou ao fim. Embora tenha durado quatro temporadas (o que não é pouco, mas também não é muito), “Everwood” foi cancelada após as redes americanas de televisão UNP e WB se juntarem para formar a CW. Isso acabou comprometendo muitos assuntos da última temporada que acabaram não sendo resolvidos ou solucionados com extrema facilidade.

Não era muita gente que conhecia. A audiência também não era das mais altas. O canal Warner (que exibia a série no Brasil) nem fazia muita divulgação. Mesmo assim, aqueles que eram fãs eram muito fiéis e foi por isso que o seriado (aclamado pela crítica, devo acrescentar) durou o tempo que durou, devido aos fãs, e muitos concordarão que a série terminou muito antes que o devido.

A história, resumidamente, é de um médico, Dr. Andy Brown, que mora com sua família em Nova York, mas tem olhos apenas para o trabalho. Quando sua esposa morre em um acidente de carro, ele se muda para uma cidadezinha chamada Everwood, no interior do Colorado, com os filhos Ephram e Delia. Nessa mudança, ele espera poder finalmente criar um relacionamento com eles. A série abordava temas sérios e adultos mas, por contar com uma parte jovem do elenco, também trazia histórias adolescentes que muitas vezes aliviavam momentos mais pesados. Morte, gravidez, depressão, homossexualidade, doenças, brigas e reconciliações familiares eram alguns dos assuntos que faziam parte desse seriado, o que trazia sentimentos muito humanos para a tela com os quais qualquer telespectador poderia se identificar. Acho que é por isso que se tornou uma série tão especial para mim. Por tratar de assuntos tão pessoais e sensíveis. Não é à toa que já chorei várias vezes assistindo muitos dos episódios e até hoje consigo me relacionar com várias das situações retratadas ali.

As duas primeiras temporadas já foram lançadas em DVD nos EUA. A terceira está pra sair em junho e sua pré-venda já está disponível no site da Amazon. Infelizmente, nenhuma delas foi lançada no Brasil, mas para quem ficou interessado, há sempre a opção de baixar os episódios ou de assistí-los online. Fãs de séries como “Party of Five”, “Dawson’s Creek” e “Brothers & Sisters” vão gostar de “Everwood”. Uma série dramática com diálogos bem escritos, excelentes pitadas de humor e 100% recomendada.  🙂

Saudades...

O ESCRITÓRIO

(a tchurminha.)

Esse vai ser um post simplão. Um top 5 melhores episódios de The office. Completamente subjetivo. E pessoal, aleatório etc. Pode ser que eu mude de ideia na semana que vem.
Mas assim, ó: o ranking pode servir pra quem já é fã do seriado (a gente pode fazer comparações entre rankings e tal). Ou pra quem quer começar a assistir… De qualquer modo, vamos lá. Enjoy.

Quinto lugar: Cafe disco (5a. temporada)
Um dos episódios mais fofos, mesmo. Michael Scott usa uma salinha vazia do prédio de escritórios pra matar tempo, dançar (sozinho, a princípio :~~) e tomar café. “It’s a combo dance house coffee bar.” “It is a daytime disco on the ground floor of an industrial office building.” Todas as cenas com dancinhas são ótemas. Até EU queria uma salinha vazia pra mim. Eu ficaria dançando ao som do tema de abertura de Fresh Prince of Bel-Air, provavelmente. Tomando chá gelado etc.

Quarto lugar: Local ad (4a. temporada)
A Dundler Mifflin decide fazer anúncios pra televisão. O pessoal de Scranton faz um comercialzinho próprio. Esse episódio funciona tão, tão bem… especialmente pelas musiquinhas criadas: “Out of paper…. out of stock… there’s friendly faces around the block.. break loose of the chains…. that are causin your pain…” E é aqui que Dwight aparece jogando Second Life. Rola uma coisa toda nerd e tal. Beijo, Dwight!

Terceiro lugar: The alliance (1a. temporada)
Um episódio bem bom da primeira temporada (aliás, a primeira e a segunda temporadas são ótemas, obras de arte, mesmo). É quando percebemos totalmente a dinâmica Jim-Dwight-Pam. “Do you want to form an alliance with me?” “Absolutely I do.”

Segundo lugar: Email surveillance (2a. temporada)
É aqui que Michael aparece fazendo IMPROV CLASSES. É tão algo e fofo. Todas as características marcantes desse personagem são encontradas aí: a solidão, a incapacidade de trabalhar em grupo, a falta de desconfiômetro… E Jim faz uma festinha-karaokê em casa. “My roommate wants to meet everybody. I’m pretty sure he thinks I’m making Dwight up. He is very real.”

Primeiro lugar: Drug testing (2a. temporada)
Um episódio bem memorável. Dwight vestido de “voluntário da polícia”, com uniforme, chapéu, etc. pra investigar o caso do baseado encontrado no estacionamento da firma… “Dude, where’s my office? I totally lost it…because I was half-baked, smoking doobies. Doobie Brothers. Smoking doobies with my brothers…Peace out, Seacrest!”

E o prêmio para o primeiro lugar é… um gif animado! (L)

(sou uma grande fã de gifs animados.)

GOODBYE PEOPLE & ARTS… HELLO LIV!

por Lucas Santos

Apesar de sempre ter achado que o canal People & Arts tinha programas legais, nunca fui muito viciado. Mas quem era, deve ter ficado surpreso na última semana. O canal passou a se chamar Liv e contar com uma nova programação. Apesar de alguns programas terem permanecido na grade, o canal agora possui uma variedade de seriados novos, que vão ao ar de 2ª a 6ª às 22h com reprise na semana seguinte às 21h, e de algumas séries antigas que são exibidas a partir das 19h.

“Life Unexpected” (2ª feira) conta a história de uma menina de 16 anos, Lux, que foi colocada para adoção quando bebê e agora, após passar muitos anos em lares temporários, tenta encontrar seus pais biológicos para que assinem uma ficha de emancipação. Mesmo sem conseguir se emancipar, o reencontro com os pais dá uma chance de um recomeço a todos. O ator Kerr Smith (o Jack de “Dawson’s Creek”) retorna à TV interpretando o namorado de Cate, mãe de Lux. A série deve atrair fãs de seriados como “Brothers & Sisters” (exibido pelo Universal Channel, 4ª feira às 23h) que abordam a temática familiar, assim como “Parenthood” (5ª feira – 22h), a principal aposta do canal. O seriado, baseado no filme “O Tiro Que Não Saiu Pela Culatra”, mostra a relação, os conflitos e todas as situações pela qual as três gerações da família Braverman passam. No elenco estão Lauren Grahan (a Lorelai de “Gilmore Girls”) e Peter Krause (o Nate Fisher de “Six Feet Under”).

Quem gosta de séries médicas vai gostar de “Mercy” (3ª feira) que mostra o cotidiano de um hospital, mas da perspectiva das enfermeiras. Lembram de Michelle Trachtenberg, a Dawn, irmã de Sarah Michelle Geller em “Buffy – A Caça Vampiros”? Pois é, ela está no elenco de “Mercy”. E a atriz Amy Brenneman (que atualmente faz “Private Practice”) estrela “Judging Amy” (6ª feira) que deve atrair fãs de séries de tribunal, apesar de não ser um seriado novo. Teve seis temporadas e terminou em 2005 nos EUA.

“Amy Wives” (4ª feira) também não é uma série nova, pois já era exibida pelo People & Arts. É sobre mulheres vivendo em uma base militar cujos maridos estão seguindo para a guerra. Além desse seriado, outros programas que já faziam parte da programação do People & Arts continuam a ser exibidos pelo Liv como Rescue Me, Miami Ink, Extreme Makeover, Superstars, The 4400 e Brotherhood.

Além disso, os nostálgicos (como eu) poderão matar a saudade das primeiras temporadas de “Charmed” (ainda com Shannen Doherty no elenco) e da série “Dawson’s Creek” (e da trilha sonora original, já que a grande maioria das músicas foi alterada nos DVDs) de 2ª a 6ª às 19h e 20h, respectivamente.

SOBRE COISAS BOAS QUE DURAM POUCO

(Angela Chase, the one and only.)

Em 1996 eu ainda morava no interior (só fui começar a morar em São Paulo em 1997). Considerava Pixies a banda favorita da vida e já tinha tv a cabo em casa. Por isso, eu via muita televisão, em especial três programas: Monty Python’s Flying Circus, Kids in the Hall e My so-called life. Muito daquilo que sou hoje eu devo a esses programas, acho (tchan-raaan, momento emotivo). Não sei se eu conseguiria apreciar Seinfeld, por exemplo, sem os ensinamentos apreendidos com as tiradas da comédia inglesa. Tudo está interligado. É o ciclo da vida. Marcas do passado. Mas enfim.

My so-called life se chamava Minha vida de cão. Teve duração curta (1994-5). Eu tenho certa tendência a gostar de coisas que são abruptamente cortadas, que acabam de uma hora pra outra, sabe? Sinceramente acho perfeito o fato dessa série ser constituída somente de uns vinte episódios. Está tudo lá. Em uma belíssima e singela temporada. O cotidiano da Angela Chase e dos seus amigos, toda a belezinha do Jordan Catalano, a fofurice de sr. e sra. Chase. Só o simples fato de Angela ser apaixonadinha por um rapaz DU MAL e com pinta de rockstar, ao mesmo tempo em que ela própria, Angela, era uma garota aparentemente “comportada”, já mostra a relativa complexidade do enredo. A trilha sonora do seriado também era boa (especialmente naqueles tempos do “alternativo anos 90”): Juliana Hatfield, Buffalo Tom, Afghan Whigs.

Pra mim, é mais ou menos assim que funciona: quando algo é “interrompido”, de uma hora pra outra, é porque tem coisa boa ali no meio. Eu me lembro de ouvir, à época, que My so-called life era muito “culto” e não combinava com a programação de tv (a wikipédia também tem essa teoria). Em razão disso o seriado havia sido cortado etc. Bom, sorte nossa. Prefiro um seriado de qualidade com vida curta, porém “perfeita”, ao invés de um que se arrasta por nove, dez temporadas. Às vezes, quanto mais a coisa se arrasta, menos ela tem a nos dizer e menor é seu significado (isso também poderia valer para relacionamentos… preciso refletir mais sobre o assunto).

Estou quebrando a cabeça pra me lembrar de outras coisas boas que duraram pouco tempo (só pra tentar dar algum sentido à minha teoria). Acho que o próprio Monty Python’s Flying Circus é um bom exemplo, já que é um seriado meio perfeito e foi produzido entre 1969 e 1974. Posso ir além (uia!) e dizer que a fase áurea de Pixies foi entre 1985 e 1993. Ou seja, curta. Mas isso, claro, não é regra. É só uma teoria boba.

(Suspiros saudosistas.)

QUEM TEM MEDO DE SUE SYLVESTER?

"losers!"

Acho que essa é a primeira vez na vida que realmente simpatizo com uma professora de educação física. Sério. A Sue Sylvester, personagem da (ótima) atriz Jane Lynch no Glee, é simplesmente sensacional: tem as melhores tiradas, é malvada, inescrupulosa, sarcástica, politicamente incorreta e, agora, iconográfica. A essa altura, todo mundo na Terra deve estar sabendo que a série voltou ao ar essa semana, em sua segunda temporada, batendo recorde de audiência e causando frisson na mídia por causa do tão-comentado e tão-esperado episódio “The Power of Madonna”, que vai ao ar terça-feira que vem. E como prévia desse episódio aguardadíssimo (seja pelos fãs de Glee como pelos fãs da Madonna), no final do episódio da última terça foi exibida a refilmagem que parte do elenco fez para o clássico clipe de Vogue (vale lembrar que o original foi dirigido, nada mais, nada menos, por David Fyncher). E quem faz as vezes de Madonna? Sue Sylvester! O resultado ficou ótimo. E o episódio madônnico promete: tentando promover a auto-estima das meninas do grupo de líderes de torcida, as Cheerios, Sue Sylvester apela para as músicas da Madonna, tentando reforçar os motes que a própria cantora sempre pregou: confiança, ousadia, senso estético, self-empowerment. E o episódio todo (uma justa homenagem ao catálogo pop da cantora) conta com vários clássicos, majoritariamente dos anos 80, como Like a Virgin, Express Yourself, Like a Prayer e Vogue, além de outros hits mais recentes, como What it feels like for a girl e 4 Minutes.

estraga a pose ou strike a pose?

O que acho mais legal em Glee não é a história em si (que tem enredos bem simples, bem caricatos e até repetitivos), mas essa coisa de ressuscitar músicas que já estavam no limbo, como Don’t Stop Believing (quem se lembrava dessa música ou da banda Journey?), ou dar uma cara nova a sucessos recentes, como Single Ladies. Sem mencionar as músicas retiradas do repertório de musicais famosos, como Don’t Rain on My Parade (do filme Funny Girl, de 64, com a Barbra Streisand) ou Defying Gravity (do musical da Broadway, Wicked). E o mais legal é que as músicas se encaixam perfeitamente na história, que nem a própria Like a Virgin e outras músicas pop que foram tão bem encaixadas no roteiro do filme “Moulin Rouge”, por exemplo. Isso sem mencionar o fato de que os gleeks e toda aquela coisa de colégio são reminiscências da minha própria adolescência e me fazem olhar com compaixão pro passado: basicamente quem faz parte do glee club é o povo rejeitado da escola, seja a aluna negra obesa, seja o gay efeminado, seja o cadeirante, etc etc. Mas por causa do talento de cada um, eles se juntam pra cantar e isso é o que os faz sobreviver à tortura dos anos de colégio. Aliás, a revista Rolling Stone americana, que chamou o Glee de “gayest show ever”, disse que a série é uma mistura de “Liza With a ‘Z’” (musical da Liza Minelli) com “Carrie, a Estranha”.

Particularmente, não fui rejeitado na escola nem nada, mas nunca fui da turma popular e também fiz parte de uma “tentativa de coral”, querendo me destacar ou ser especial entre aquelas pessoas. Acho que por isso que sempre gostei desses filmes que se passam em escolas, tipo Mudança de Hábito II, sabe? Aliás, outro belo exemplo, pois a Lauryn Hill está ótima no papel da aluna problemática e hopeless que acaba se destacando como voz principal do coral da escola.

Diferentemente desses programas musicais pretensiosos, tipo American Idol ou o brasileiro Ídolos, nos quais o objetivo é promover cantores – muitas vezes profissionais – ao sucesso, Glee é assumidamente pastelão e usa canções e o imaginário pop (vide Sue Sylvester voguing) pra promover a vingança tardia de geeks, weirdos e freaks dos colégios de todo o mundo.

Ah, sim: vão usar Lady Gaga num próximo episódio…

"that's how Sue C's it!"

DOWN WITH CLARK… UP WITH PATTY!

por Lucas Santos

A série Smallville (Warner Channel) não será mais exibida as terças-feiras, às 21h, a partir deste mês. O novo horário é as quartas, às 22h. Acho estranho quando essas mudanças de programação ocorrem, ainda mais quando se trata de seriados que estão no ar há tantos anos como Smallville (atualmente em sua décima temporada). Nunca fui fã incondicional do Superman, mas sempre gostei. Assisti ao primeiro e ao último filme, curtia a série Lois & Clark e acho que durante a minha infância ele era o super-herói que eu mais gostava. Assisti Smallville por cinco anos, porém, gostei apenas até a quarta temporada. Juro que tentei curtir a quinta, mas foi muita enrolação, muita viagem e atuações cada vez piores. Assisti a alguns episódios do sexto ano, mas foram poucos. Desde então, nunca mais assisti à série. Entretanto, uma coisa que sempre foi boa em Smallville foi a trilha sonora. Já ouvi muitas músicas que gosto em vários episódios e também cheguei a descobrir músicas e artistas novos que tocaram na série. Em um dos últimos episódios que assisti, uma bela canção tocou ao fundo na cena do casamento de Lana e Lex. Quando pesquisei para saber que música era aquela, descobri que se chamava “Heavenly Day” e a intérprete era Patty Griffin.

Children Running Through

Esqueçam tudo que eu falei de Smallville e Superman até agora. Tudo isso foi um pretexto para que eu pudesse apresentar essa brilhante cantora e compositora a vocês. Children Running Through é o nome do sexto CD (quinto em estúdio) de Patty Griffin e o mais bem recebido pelo público e pela crítica. Lançado em 2007, o álbum apresenta um folk com um leve toque de rock em algumas músicas, uma pitada de country em outras, um pouquinho de soul e também faixas muito bem orquestradas. “You’ll Remember” abre o disco com uma batidinha de jazz de uma forma bem suave. A influência do blues aparece em “Stay On This Ride”. “No Bad News” parece uma mistura de Jewel e Dixie Chicks. “Up To The Mountain” foi inspirada em um discurso de Martin Luther King. E em “Trapeze” Patty faz um dueto com a cantora folk-country Emmylou Harris. Na nostálgica “Burgundy Shoes”, Griffin se recorda de quando era criança e tomava ônibus com sua mãe e descreve a transformação do fim do inverno e início da primavera trazendo um tom puro e certa inocência à faixa que é um dos grandes destaques do álbum. Mas minha preferida é mesmo “Heavenly Day”, que Griffin escreveu para sua cachorra Bean, que ela considera ser sua alma-gêmea. A música transmite uma sensação pacífica, uma leveza, quase como um devaneio. Passa uma vontade de estar sentado num campo bem verde, admirando o horizonte, num dia lindo de céu azul e sem nenhuma nuvem. Esse é definitivamente um dos meus CDs favoritos descobertos nos últimos anos. 100% recomendado! 🙂

Fica aqui um vídeo de uma belíssima performance de “Heavenly Day”! Enjoy!

THE IDOLS SO FAR…

por Lucas Santos

Quando American Idol estreou na TV americana, ninguém tinha certeza de quanto sucesso faria. Mas o reality show se tornou uma verdadeira febre nos Estados Unidos e em muitos outros países. Alguns dos vencedores já venderam milhões de discos, ganharam prêmios e chegam a lotar estádios e casas de show quando saem em turnê.

Kelly Clarkson

Kelly Clarkson é provavelmente o nome mais conhecido ligado à franquia Idol. Vencedora da primeira temporada em 2002 (que foi bem simples comparada às edições atuais), a cantora sofreu descrença de muitos críticos que acreditavam que ela desapareceria após seus 15 minutos de fama. Mesmo assim, seu primeiro disco Thankful teve boas vendas, e Breakaway, seu segundo álbum, estourou nas paradas do mundo todo e emplacou hits como “Since U Been Gone”, “Because Of You” e a faixa-título, além de render a Kelly dois prêmios Grammy em 2006. A cantora chegou a enfrentar discussões com a gravadora por querer optar por um caminho menos comercial para seu terceiro CD My December. Clarkson ganhou a briga e o disco saiu do jeito que ela queria, entretanto, as vendas foram decepcionantes. Após um período longe dos holofotes, ela retornou no ano passado com All I Ever Wanted que parecia, na verdade, ser tudo que seus fãs queriam. O álbum estreou no primeiro lugar da parada da Billboard, graças ao hit “My Life Would Suck Without You”, e recebeu boas críticas, mostrando que Kelly Clarkson conseguira reconquistar seu lugar ao sol.

Clay Aiken

Em 2003, American Idol voltou para uma segunda temporada. Dessa vez, o destaque não foi para o vencedor Ruben Studdard e sim para o vice-finalista, Clay Aiken. O cantor foi o primeiro participante do reality show a se apresentar no Saturday Night Live e seus três primeiros CDs (Measure Of a Man, Merry Christmas With Love e A Thousand Different Ways) estrearam entre os 10 mais vendidos das paradas americanas. A partir de então, o reality show passou a receber mais atenção e muitos se convenceram de que era possível se tornar um artista de sucesso participando do programa.

Jennifer Hudson

A terceira edição foi ao ar em 2004. Assim como na segunda temporada, quem se sobressaiu não foi a vencedora Fantasia Barrino. Porém, diferentemente da segunda temporada, a vice-finalista Diana DeGarmo também não foi destaque. Na verdade, a maior surpresa dessa edição veio dois anos depois quando Jennifer Hudson (que havia saído da competição em sétimo lugar) ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel no filme “Dreamgirls – Em Busca de um Sonho”. Ficou claro então que a popularidade do reality show era alta e que não era necessário vencer para ter uma carreira bem sucedida.

Carrie Underwood

Durante a quarta temporada de American Idol em 2005, após uma apresentação da participante Carrie Underwood, o jurado Simon Cowell fez a previsão de que ela não somente ganharia aquela edição, mas como também venderia mais discos que qualquer outro “ídolo”. Parece que Cowell estava certo. Com três CDs (Some Hearts, Carnival Ride e Play On) e cinco prêmios Grammy no currículo, Carrie já vendeu mais de 11 milhões de cópias apenas nos EUA, onde encontrou um grande mercado de música country para o qual era perfeitamente adequada.

Chris Daughtry

O que é curioso com relação ao reality show no Brasil é que, com exceção de Kelly Clarkson (e mesmo assim, apenas algumas de suas músicas), nenhum dos participantes ou vencedores que engrenaram uma carreira de sucesso na terra do Tio Sam, estouraram por aqui. Nem mesmo o roqueiro Chris Daughtry que ficou na quarta posição da quinta temporada (em 2006) e formou a banda Daughtry que teve o CD mais vendido nos EUA em 2007. Essa temporada inclusive contou com a presença de artistas consagrados que serviram como uma espécie de mentores para os participantes. Entre eles estavam Stevie Wonder, Queen, Rod Stewart e Andrea Bocelli. Essa temporada foi a última que lançou um artista (nesse caso, banda) que manteve uma carreira de sucesso até o momento.

Jordin Sparks

Jordin Sparks, David Cook e Kris Allen ganharam as edições de 2007, 2008 e 2009 respectivamente e, apesar de manterem carreiras constantes, nenhum deles conseguiu alcançar o mesmo nível de sucesso de “ídolos” passados. Talvez isso até indique uma decaída na popularidade do programa que, atualmente, está em sua nona temporada.

David Cook

American Idol é puro entretenimento, mas também pode ser uma ótima maneira de conhecer músicas novas, além de dar chance para pessoas que realmente saibam cantar e tenham talento musical. O reality show passou por algumas mudanças nos últimos anos. Além de algumas regras terem mudado ao longo de tantas edições, a compositora e produtora Kara Dioguardi entrou para o painel de jurados em 2008. Embora ela tenha retornado esse ano, outra jurada, a cantora Paula Abdul, não renovou seu contrato com a FOX e acabou sendo substituída pela comediante Ellen DeGeneres. Não se sabe ao certo se o público vai aceitar essa mudança ou quantas outras edições de American Idol serão feitas nos próximos anos. Depois de quase uma década, pode-se dizer que existe um limite para quantos “ídolos” podem sair de um mesmo reality show.

Kris Allen